sexta-feira, 12 de setembro de 2008

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Basta de Naturalismo

Infelizmente os dias do naturalismo cada vez mais se fazem sentir. Há alguns séculos atrás as pessoas (generalidade) de uma forma natural, ainda que sendo indoutas, reconheciam que Deus havia criado o universo e era a resposta para as questões sobre a existência da vida, hoje parece que os ventos se mudaram e naturalmente as pessoas, ainda que indoutas, acreditam que Deus afinal não existe, Há umas poucas décadas C. S. Lewis constatou isto, hoje facilmente se pode perceber que o facto piorou. Mas afinal não é para estranhar, pois já o apóstolo Paulo, inspirado por Deus, há cerca de 1900 anos atrás nos alertava, dizendo que nos últimos dias operaria o mistério da injustiça, o qual se levanta contra tudo o que é Deus ou se adora. E Hoje que vivemos nós? Olhem para o academismo que as teorias que excluem Deus ganharam, a minha geração anda a aprender que veio do nada e para o nada vai, Deus é religião e ainda por cima da chata, nem sequer é novidade. Mas caros leitores certamente não escrevo o quereis ouvir, mas de certo escrevo a verdade. Não é saudosimo crer num Deus único e pessoal, nem coisa de gente ignorante, antes é atitude de gente extremamente sábia, que consegue pensar fora desta caixa moderna, que consegue furar a onda deplorável de pseudo-conhecimento e afirmar numa sociadade às cegas, que a única luz para o ser humano é crer em Deus.

O advento do humanismo não trouxe a boa solução que se propunha trazer, antes trouxe maldade. Que é isto?! Eu não neglegencio o grande avanço que o humanismo troxe a relativamente todas as ciências, eu peno é porque a injecção ao corpo foi onde não podia ir, rompeu a alma. Veio o humanismo de uma forma dissimulada induzir falsidades. Em virtude de se curar o homem, espetou-se-lhe a última facada. Pois é certo que de certa forma o período anterior a este não era o melhor e Homem percisava ser redescoberto, mas o homem sozinho no centro do universo é como um barquinho a vagar em pleno mar alto, e hoje está socumbido pelas ondas, receio que nossos filhos já não saibam distinguir o bem do mal, cabe aos pais deste século redescobrirem com eles o que é a vida realmente, se é um acaso ou uma dádiva.
Só num Ser eternamente poderoso que se importa com o
Homem, o mesmo pode angariar a paz que procura,
não porque é mentalmente confortável, na verdade
desconfortável, mas sim porque é o redescobrir
do propósito do Homem.

Não há verdade, nem bem, nem sentido na vida, somos uma piada cósmica e por sinal gostávamos de ser felizes. Matar alguém pode ser considerado uma ajuda à selecção natural, um padrão de moral não passa de um mecanismo cerebral como tal o que para ti tem crédito para mim não tem nenhum e aliás até mesmo o livre-arbítrio já perdemos, pois tudo é efeito de uma causa que já nem se sabe de onde vem. Estão a ver no mundo em que estamos? Será que a vida é pior que a morte? Não há qualquer tipo de padrão naturalista para abordar esta questão, vamos ver mais e mais suicídios, experiências com narcóticos, imoralidade e tudo o que mais daí possa vir. Se Deus morreu, também morreu o Homem e se o Homem morreu não existe vida. Quem pensa assim não leva esse pensamento ao extremo pois tem a moral de seus pais, mas pense nos seus filhos! Estamos a fazer dos homens animais, do ser racional e espiritual um amontoado de matéria que ainda se há de tornar num pedaço de rocha. Glória a Deus pela consciência moral e pelo raciocínio que ainda vai dando o alerta vermelho neste mundo decaído.

Só num Ser eternamente poderoso que se importa com o Homem, o mesmo pode angariar a paz que procura, não porque é mentalmente confortável, na verdade desconfortável, mas sim porque é o redescobrir do propósito do Homem. Oh sim! A vida tem propósitos.

Já dé-mos tempo demais ao paleio naturalista, a humanidade percisa é de Deus, a humanidade não vai encontrar nada dentro de sí que a possa ajudar, a ajuda tem de vir de fora, mais especificamente de Deus. Deus este que não é um conceito, nem está distante, ele já se revelou por Jesus Cristo o qual cumpriu as profecias, na verdade podes não aceitar, ainda que estejas a negar a História, mas não podes ficar indiferente, ou a tua vida muda ou permanecerás na desorientação. Diante de Cristo ou se aceita ou se rejeita, quem o aceitar viverá eternamente bem, mas quem o rejeitar, Deus far-lhe-á um favor, deixar-lho-á para sempre afastado de Deus pois essa é a sua escolha e não haverá mais nenhum indício de Deus e do que ele fez, não haverá sorrisos de crianças, gozo, paz e tantas mais outras coisas mas só ausência. Ausência de Deus, de paz, de amor, de companhia, etc.

É tempo de sermos apelidados de estúpidos pela humanidade cega, pois só assim salvaremos as nossas almas, não me faz nenhum problema ser apelidado de cego quando vejo. Só o que vê além da natureza vê realmente a natureza, só o supranaturalista realmente sabe o que é a natureza. Contra a maré continuamos a gritar que Cristo é a Resposta. Uma resposta a toda a necessidade do Homem, começando no espírito e acabando no corpo.

Se o leitor que teve a curiosidade ou a coragem de ler estas letras até ao fim tem o desplante de dizer que o meu discurso é falso, remeta-se à sua miserável posição pois o seu pensamento não passam de acções mecânicas de átomos em virtude de uma causa desconhecida, como tal não tem maneira de os considerar verdadeiros, e só o poderiam ser por sorte, irrisória sorte. Lembre-se ainda que não tem maneira de me dizer o que está certo e o que está errado, pois não há padrão para avaliar movimentos de átomos de um cérebro, e se padrão são movimentos de átomos também como avaliar o padrão? É um argumento tipo espiral infinita... Relembro-lhe ainda que você nem sequer é um indivíduo, mas um conjunto de matéria que teve o azar de se tornar um ser vivo, você não tem livre-arbítrio, tudo deriva de uma causa inatingível. Triste sorte a dos naturalistas, vale-lhes que Deus os ama. 

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

A Origem da Culpa

Os ideais darwinistas sobre a evolução e a selecção natural, para além de apresentarem uma falsa solução para a origem das espécies e do Homem abriram caminho para a implementação de uma falsa teoria sobre a formação do sentimento de culpa na civilização. Assim, é sobre os pressupostos desta segunda teoria que me vou debruçar.

Segundo alguns filósofos, antropólogos e até mesmo médicos contemporâneos de Darwin - cépticos a qualquer doutrina derivada da aceitação da existência de um Deus criador - a causa de muitos problemas/sintomas da sociedade (e de cada indivíduo) encontrava-se na origem da humanidade, mais precisamente num sentimento de culpa estabelecido na altura e derivado de um homicídio cruel: o homicídio de um pai primitivo. Esta teoria desenvolvida ao máximo por Freud (que, curiosamente, tentava ajudar indivíduos que apresentavam problemas comportamentais de origem psíquica) afirma que a cultura (relativamente à instauração da ética e da consciência individual e colectiva) funda-se na culpa resultante do assassinato do pai primitivo e na consequente instauração de leis a esta associadas, entre elas, a obediência à autoridade do pai.

Assim, teria existido, segundo esta hipótese, uma comunidade de indivíduos com capacidades de raciocínio elementares, muito diferentes das actuais e que, por quererem obter os mesmos direitos do tal “pai” decidem matá-lo. Daqui toda a cultura ter-se-ia desenvolvido até adquirir a forma que apresenta hoje, assim como a necessidade de, ao longo dos anos, o homem apresentar práticas religiosas e de busca de respostas numa entidade divina. A culpa pela morte do pai e o desrespeitar da sua autoridade teria, então, estabelecido na consciência colectiva leis e posteriormente rituais, numa tentativa de desculpabilização. Esta culpa seria simultaneamente a causa dos problemas de ordem psíquica apresentados pelos indivíduos actualmente.


"Somente a tentativa de destruição de um Deus bom e criador,
onde a revolta seria um comportamento abominável,
podia ter como consequência a instauração de uma culpa
colectiva e transmitida geração após geração."

A primeira evidência que retira, na minha opinião, toda a veracidade a esta teoria é a readaptação óbvia que faz do relato bíblico, ou seja, identifica quatro momentos fundamentais e atribui-lhes um novo contexto. Estes quatro momentos, chamemos-lhe assim, considero precisamente idênticos aos que a Bíblia relata: o primeiro é a existência de um Pai com autoridade suprema; o segundo, a presença dos seres submissos à Sua autoridade; o terceiro, a tentativa de destruição do Pai; e por último, a permanência da autoridade do Pai mesmo após a tentativa de supressão do mesmo. Assim, não me parece que uma teoria que se posiciona contra o relato bíblico e que, posteriormente o copia e necessita readaptá-lo para justificar o que não pode ser justificado recorrendo apenas a argumentos evolucionistas, como algo tão imaterial como a culpa, mereça qualquer tipo de credibilidade. Para agravar ainda mais a situação o que esta teoria apresenta à humanidade é a “não solução” para os seus problemas. É precisamente neste momento que, ridiculamente, se afasta do relato bíblico: neste último mantém-se a autoridade de um Pai vivo, impossível de ser aniquilado e que possui um amor incomparável por cada criatura, no qual reside a cura da humanidade; no primeiro, mantém-se a autoridade de um pai irremediavelmente morto e que a única herança que deixou foi um sentimento de culpa ao qual a humanidade está infinitamente condenada e sem solução.

Outro grande lapso desta teoria está na explicação para a origem desse pai e na instauração da sua autoridade sobre os outros seres, sendo que todos se encontravam ao mesmo nível, produto da mesma evolução. Este pai ter-se-ia imposto aos outros pela força, segundo a lei natural do mais forte passando, assim, a dominar sobre os seus parceiros, ditando as regras de sobrevivência por meio de tirania. Ora um pai que não sendo criador e que sem direito prévio exerce domínio sobre os seus semelhantes só pode incitar necessariamente à revolta. Considerando esta comunidade intelectualmente semelhante a símios, o seu posterior assassinato nunca poderia instaurar um sentimento de culpa tão forte, capaz de influenciar a evolução da humanidade. O mais provável seria, pelo mesmo método, esse pai ser substituído por outro, igualmente forte e dominante. Somente a tentativa de destruição de um Deus bom e criador, onde a revolta seria um comportamento abominável, podia ter como consequência a instauração de uma culpa colectiva e transmitida geração após geração.

A Bíblia relata que Deus criou o Homem à sua imagem e semelhança e lhe deu domínio sobre todos os outros seres vivos, mas não lhe concedeu o discernimento do bem e do mal, capacidade que só Deus possuía. No entanto, o homem ambicionando ser igual a Deus, conhecedor do bem e do mal, desobedeceu ao seu criador comendo do fruto que lhe tinha sido proibido. Após comerem do fruto proibido o homem e a mulher tomam consciência da sua condição imperfeita e do sentimento de culpa pelo seu acto. É portanto, deste episódio que nasce a culpa e a necessidade do Homem procurar o perdão do Pai e encontrar uma forma de preencher o vazio a que ficou sujeito ao ser condenado á morte. Surgem assim duas opções: ou se acredita na terrível fatalidade de que não há solução, de que se é infinitamente culpado e nos auto- condenamos a uma vida sem sentido; ou se acredita e experimenta o perdão de um Deus vivo, um Pai misericordioso e que se apresenta como a cura para a culpa da humanidade.

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

O Método Não Prova a Causa

Diante de um mundo repleto de questões, todos nós ansiamos por respostas. Ninguém gosta de ficar com perguntas por responder quando existem respostas para estas. A Verdade é um constante anseio, desejamos uma resposta verdadeira, um relato correcto, a expressão mais fidedigna.

É neste clima de interrogações que surge este texto, não pretendendo propriamente responder a perguntas, mas com uma intenção muito clara, definir o tipo de resposta que determinada pergunta deve receber, fazendo com que respostas desviantes sejam rejeitadas, porque nós queremos uma resposta, mas uma resposta verdadeira.

As questões que me refiro são da ordem das origens, origem da vida, do universo, da moral, etc. No que diz respeito a estas questões propriamente ditas existem duas cosmovisões: a cosmovisão naturalista, a qual defende que todas as coisas surgiram por processos naturais; e a cosmovisão criacionista, esta defende que todas as coisas surgiram por um processo sobrenatural orientado por um Deus. Antes que o leitor possa sequer se questionar, permita-me uma ressalva, quando me refiro a todas as coisas, refiro-me àquilo que nunca nenhum ser humano viu originar.
"a resposta de como, quando e onde não chega,
precisamos de saber quem, porque com base na
mesma ciência sabemos que nunca nada
se originou sem um originador
"

Analisando estas cosmovisões, calculamos que a mais perto da verdade, seja aquela que despoletando menos questões, responda a mais.
A cosmovisão criacionista, baseada numa fé corroborada pela ciência declara enfaticamente que uma vez que o universo e tudo o que nele há, não tem possibilidade de surgir por processos naturais, só pode ser surgido de uma forma sobrenatural. Já a cosmovisão naturalista, defende que por muita, muita sorte, tudo existe, talvez melhor, defende que por uma sorte incalculável tudo o que existe simplesmente surgiu, aliado a isso tem uma série de explicações.

É aqui que começo a debruçar-me propriamente no tema, serão as explicações naturalistas viáveis? Poderá esta visão responder a mais questões sem gerar mais algumas? Eu creio profundamente que não. Mas como eu disse, eu queria mesmo debruçar-me sobre a qualidade da resposta e não propriamente sobre a sua essência. A pesquisa naturalista para estas questões tem vindo a descobrir bastantes verdades, sim eu estou a falar em verdades, porém esta cosmovisão encalhou, pensou que o método explicaria a causa. Chamo método, porque calculo que muitos cientistas ateus têm descoberto os processos pelos quais Deus criou tudo, daí eu não lhe chamo forma, mas sim método, o método de Deus. O pensamento naturalista, têm explicado a maneira como o universo se tem composto, ou seja o método, mas meus caros, a questão são as origens, não os processos. E os processos não nos deixam respondidos quanto à causa. Acredito que o universo possa ter começado com uma explosão colossal, mas não posso acreditar que não havendo nada, tenha havido uma explosão com uma precisão tremenda e tudo tenha simplesmente aparecido, sem uma única intervenção sobrenatural. Acredito em pleno que a ausência de gravidade faça unir os elementos, mas não posso acreditar que todos eles se tenham unido de uma forma perfeitamente casual. Como podemos ver ateus e teístas, partilham algumas crenças no método, trata-se de ciência pura, e aí ninguém dúvida (ou ninguém deveria), mas não nos podemos esquecer da ciência no seu sentido "criminalístico" total (quem, onde, quando e como), a resposta de como, quando e onde não chega, precisamos de saber quem, porque com base na mesma ciência sabemos que nunca nada se originou sem um originador, explicar o método completo de como se fez uma bomba caseira, não desvirtua que definitivamente alguém a tenha feito, antes pelo contrário aponta para o criador da mesma.
Enfim, eu acredito em muitas partes do método abordadas pelos ateus, mas não posso acreditar na causa, tal como eu vários cientistas ao longo dos séculos, inclusivamente ateus têm começado a acreditar num Deus ou a tornarem-se agnósticos, isto porque o método é demasiadamente transcendente, para uma causa tão vã.

Quem pensa que vai encontrar ateísmo em investigações cuidadas engana-se redondamente, encontraremos sempre e claramente a impressão digital de Deus.

sábado, 13 de outubro de 2007

A Reconciliação da Moral

“Sem dúvida, numerosas obrigações morais continuam a enquadrar a busca do prazer: mas, ao banir o dogma do pecado original e ao reabilitar a natureza humana, os modernos fizeram da procura da felicidade terrena uma reivindicação legítima do homem face a Deus, um direito do indivíduo cujos efeitos não conseguimos ainda registar completamente.”
GILLES LIPOVETSKY in O Crepúsculo do Dever


Todos os dias ouvimos falar de direitos e deveres morais: seria impossível conceber uma sociedade que não se regesse por leis, considerando que as leis são criadas a partir de um modelo de moral. A História apresenta-nos duas concepções de moral - a moral edificada sobre Deus e a moral com uma base humana-racional – sendo que a segunda veio substituir a primeira, segundo um processo de secularização da ética iniciado no século XVII e emblema da cultura democrática moderna.

Livres da influência da fé os homens aprisionaram-se dentro dos monstros que eles próprios criaram para dominar a natureza e reconstruir um novo ser: o ser perfeito. Apelando a este ser perfeito aprisionaram-se em terror, revoluções, guerras e, em nome da razão política e da racionalidade científico-tecnológica lançaram os Estados em homicídios abomináveis. Quando a moral se posiciona na história negando o pecado original e a submissão a um Deus criador e perfeito e aceita cada indivíduo como produto de uma suposta “evolução” da matéria, torna-se espelho de uma sociedade hedonista na qual os direitos subjectivos são defendidos enquanto que os deveres derivam desses direitos enquanto obrigações de os respeitar. Assim, é clara a desculpabilização atribuída a cada indivíduo assim como a falta de dever para com o seu próximo. Este modelo de moral asfixia-se, ou seja, fala e cresce contra si próprio, sendo que, ao negar um modelo de conduta divino acima do bem e do mal, reivindicando o conhecimento da distinção desta dualidade para cada criatura, estando todas as mesmo nível, nenhuma pode afirmar que o que defende está correcto e que, por seu lado, o outro está errado.
Em última instância, esta moral propõe que não existe qualquer verdade, que tudo é lícito e nada é passível de sofrer qualquer tipo de juízo. Logo, parece-me existir aqui um grande paradoxo e um confronto entre esta nova comunidade em que cada indivíduo se regra a si próprio e a necessidade de criar leis e insistir na definição de uma moral. Logo, a necessidade de leis é prova evidente de que o homem não é auto suficiente nem surgiu a partir de uma evolução de partículas de matéria; é ainda prova evidente de que existe uma hierarquia e que no topo dessa hierarquia está Deus. A própria natureza comprova esta evidência.
"Esta reconciliação não pode partir do geral para o
particular,mas sim o inverso, ou seja, não pode
partir da sociedade em geral e somente depois
atingir o indivíduo mas tem de partir deste último."

Muitos sociólogos são unânimes na opinião de que só podemos fazer referência a uma moral (no sentido da sua aplicação com efeitos benéficos para a sociedade, visto ser este o seu fim) quando Deus esteve no princípio desta. Muitos, questionam-se ainda, se após este “desastre global” a história se reconciliará com a moral. Esta reconciliação não pode partir do geral para o particular, mas sim o inverso, ou seja, não pode partir da sociedade em geral e somente depois atingir o indivíduo mas tem de partir deste último. Antes de se reencontrar a moral é necessário repensar a ética pois esta refere-se, antes da moral, ao princípio que regula cada indivíduo no seu íntimo. Mas para que esta cadeia de influências produza a paz, a raíz tem de estar em Jesus Cristo, o filho de Deus, criador do Homem e do universo, o alfa e o ómega, o único que pode estabelecer a distinção entre o bem e mal, o certo e o errado, o juíz dos juízes. Jesus, na condição perfeita de Deus e Homem, ao dar a vida por cada criatura, abriu as portas a cada indivíduo para a reconciliação com Deus.

Termino com as mesmas palavras com que iniciei: todos os dias ouvimos falar de... Enfim, propostas para a “cura” da sociedade, novos modelos, “valores”, direitos, deveres... Hoje, eu falo da reconciliação que Deus quer consumar com cada um de nós individualmente. Somente depois desta reconciliação podemos falar de uma segunda - a da história com a moral.

sábado, 29 de setembro de 2007

O Mito da Inexistência

Os mitos e as lendas têm vindo a preencher as nossas culturas e as nossas tradições, porém estes mitos e estas lendas não podem tornar-se verdade, afinal são mitos e lendas. É certo que alguns mitos se encontram no limiar da verdade, mas é um sério risco acreditar que sejam verdadeiros. Não me refiro a factos que se consideram mitos, refiro-me a mitos que se consideram factos. O mito mais perigoso de se aceitar como verdadeiro é o mito da inexistência de Deus, por várias razões, sendo a primeira que tem de considerar o facto mais importante da História um mito, este facto é a existência de Deus.

Neste texto eu não vou dizer que Deus existe, embora o considere, mas também não vou dizer que é falso que Deus não exista, apenas vou dizer que é logicamente impossível alguém ser ateu. Haverão outras oportunidades para seguirmos uma linha de pensamento e chegarmos a nobres evidências acerca da existência de Deus. O que eu desejo que fique claro neste texto é que nós enquanto seres humanos nunca poderemos dizer “Deus não existe”, ainda que porventura Ele não exista.

"Seguindo este raciocínio surge uma ideia fantástica,
é que apenas um ser como Deus tem a possibilidade de
dizer convictamente que Deus não existe,
o que obviamente seria um contrasenso"

Só existem duas maneiras de provar inexistências, uma é o conhecimento absoluto (chamemos-lhe assim) e outra é a existência de contradição (chamemos-lhe assim). O conhecimento absoluto consiste em termos total conhecimento do “espaço” a que nos referimos para provar determinada inexistência, imaginemos um baú, queremos provar que lá não existe nenhum livro, a única maneira é ter conhecimento de todo o baú, se eu tiver visto apenas metade deste baú, não posso dizer que lá não existe nenhum livro, posso apenas dizer que na metade do baú, não existe nenhum livro. Ora enquanto seres altamente limitados, o que dizem os ateus quando declaram que Deus não existe, é que conhecem todo o espaço, todo o tempo e todo mais qualquer coisa que possa existir. Dizem que em momento algum da História (antes ou depois de existir o próprio tempo) Deus existiu, seja lá onde for (seja ele um lugar físico ou não). Então neste sentido aplicam-se bem as palavras descritas na Bíblia Sagrada: “Diz o ignorante no seu coração: Não há Deus.”(1) É preciso ser muito arrogante para uma criatura com uma capacidade tão tacanha considerar facto que Deus não exista. Esta pessoa só se pode remeter, no mínimo, a um estado de desconhecimento. Nem se pode atrever a dizer: “Deus não deve existir” nem “Quase de certeza Deus não existe”, isso seria dizer que enquanto conhecedor de uma ínfima parte (que em proporção nem sei definir) do baú dizer que lá não existe livro algum. É simplesmente absurdo, dizer que Deus não existe. Seguindo este raciocínio surge uma ideia fantástica, é que apenas um ser como Deus tem a possibilidade de dizer convictamente que Deus não existe, o que obviamente seria um contrasenso. Ou seja, o ser com acesso a “todos os recantos do todo” tem os atributos de Deus e se tem os atributos de Deus, é Deus (caso contrário não poderia aceder a “todos os recantos do todo”).

A segunda maneira de provar inexistência é a existência de contradição, que consiste em encontrar algo que se existir faça anular a existência de uma outra coisa, caso de alguém dizer que tem 50 anos mas no bilhete de identidade (actualizado) dizer 40, como as duas não podem existir em simultâneo, então uma delas é falsa, não existe. Várias pessoas têm usado isto para fundamentar a sua vontade de que Deus não exista. Baseiam-se em argumentos que de alguma maneira parecem pôr os atributos de Deus em dilema. Mas isso acontece por duas razões, ou porque o atributo está mal compreendido, ou porque Deus não tem nada a ver com o caso. A título de exemplo:

“Um pai mata a filha e Deus não faz nada?” - Deus decretou leis e vai julgar o mundo, mas isso não significa que tenha de intervir de uma forma fulminante, tanto mais que Deus quer transformar uma pessoa e não aniquilá-la. Este é um exemplo do primeiro caso, no qual o Deus justo, supostamente não faria justiça, vimos que a faz mas não tem de ser de imediato.

“Se Deus existisse, não existiria guerra” - Este é o exemplo do segundo caso, Deus não tem nada a ver com isso, está desiludido e as pessoas que provocam a guerra vão ter o devido castigo se não se arrependerem, mas Deus não provocou guerra nenhuma, ainda quando usam o Seu nome para fazer uma guerra.(2)

É óbvio que não há espaço de explorar melhor os argumentos e até ver outros, mas o importante é que nenhum deles demonstra a inexistência de Deus, todos se baseiam numa incompreensão daquilo que é Deus na sua verdadeira forma.

É impossível dizer que Deus não existe, essa declaração não tem qualquer alicerce, não passa de um mito, ninguém o pode afirmar. Não vale a pena tentar destruir argumentos teístas, isso nunca há de fortalecer essa ideia, seria como tentar dizer que aquilo que alguém encontrou num baú, não é um livro, mas ainda que não fosse, continuar-se-ia muito longe de se conhecer o baú, para se dizer alguma coisa provável. Pode-se insistir em procurar maneira do baú não conter o livro, mas nem o livro é conhecido na totalidade. Para finalizar e ainda em metáfora, humildemente digo que conheço deste baú muito menos que alguns outros, porém do pouco que conheço já vi o livro, aliás quase tudo é livro.

(1) Salmo 14:1

(2) Deus unicamente no Velho Testamento incitou guerras, porém tinham unicamente um carácter de justiça.


sexta-feira, 21 de setembro de 2007

O Lugar da Verdade

“A nossa inteligência ocupa na ordem das coisas inteligíveis a mesma posição que o nosso corpo na extensão da natureza.” BLAISE PASCAL

Ao transcrever este excerto do pensamento de Pascal não é minha intenção descrever aqui o seu pensamento filosófico ou enaltecer alguma teoria humana, nem tão pouco expor algum tipo de tese sobre as limitações e capacidades do Homem enquanto agente no mundo físico e material. Assim, quero apresentar este “Homem” como um ser imperfeito, apesar das suas doutrinas e lutas pela perfeição; como um ser fraco, apesar da sua pretensão em confiar na sua própria força; e como um ser limitado, apesar de se ter considerado o salvador da sociedade e detentor de todas as respostas em direcção à verdade. Mas afinal que verdade é esta? Qual é a ordem ou lei onde reside esta verdade? Será uma ordem sensível, empírica e física ou, pelo contrário, uma verdade encerrada numa ordem inteligível alcançável mediante um pensamento racional só a alguns seres mais “iluminados”?

Sendo incontornável e indiscutível que existe uma verdade, permanece para muitos apenas a dúvida e a discussão quanto à sua origem, ao seu lugar e ao seu fim. Logo, existindo esta verdade absoluta que o Homem (não só no sentido colectivo mas individual) persegue desde as suas origens existe, como causa, uma falta, um vazio que está sem resposta e que a tem procurado numa imitação, numa cópia da verdade absoluta. Sim, numa cópia imperfeita; uma falsa verdade cuja origem e fim é semelhante ao entendimento humano. Este, por sua vez, rejeitando uma verdade para si incompreensível, aparentemente absurda às suas capacidades intelectuais, criou outra à sua imagem, imperfeita cujo fim é a morte, a frustração e um vazio ainda maior. Este Homem, que se considerou tão capacitado colocando-se no lugar de criador, na cegueira que a própria arrogância lhe causou, não percebeu nem vê que, se o seu fim é a morte, algo criado por si nunca poderá ter por fim a vida e a resposta.

"No entanto, a verdade absoluta, independentemente
de todas as cópias que o Homem tenha criado,
continua imutável e jamais perderá o seu carácter
de verdade única e salvadora para cada indivíduo e
para os problemas que a cultura moderna viu nascer."

Assim, é precisamente neste ponto que reside o problema: o Homem, ao colocar-se no lugar de Deus, assume-se como uma entidade criadora acreditando mesmo que a verdade reside nele próprio e nas suas obras. Com implicações históricas, esta corrente humanista que, inicialmente com o título de “modernidade” parecia ser a solução para problemas de desigualdade social, pobreza extrema, guerra e miséria, apenas veio substituir uma ética com tradição cristã que regia o mundo ocidental, por uma crença no Homem, abalando as noções de bem e de mal. Ao tentar colmatar os exageros e atrocidades cometidas por certos fanatismos religiosos o Homem colocou-se no lugar da verdade, como “tábua de salvação” e proclamou uma era hoje apelidada de Renascimento, que implicou o renascer de cânones e ideais clássicos, entre eles o culto à beleza e à sensibilidade Humanas que encontram agora um caminho de acção sem barreiras morais.

No entanto, a verdade absoluta, independentemente de todas as cópias que o Homem tenha criado, continua imutável e jamais perderá o seu carácter de verdade única e salvadora para cada indivíduo e para os problemas que a cultura moderna viu nascer. A descoberta dessa verdade não implica uma aceitação de ideais criados pela sociedade contemporânea – esta descoberta é individual, dada a cada ser humano, pela justiça e misericórdia que residem nela; esta verdade não reside numa ordem física e imperfeita nem numa ordem inteligível onde actua a inteligência humana. Por ser perfeita ela não tem qualquer relação com a dimensão do conhecimento humano, pelo contrário, ultrapassa-a e só pode ser alcançada mediante a Fé.
Esta verdade reside em Jesus Cristo, o filho de Deus revelado ao Homem; esta verdade, considerada absurda por muitos que não aceitam a fé, fez-se simples para estar ao alcance de todos, encerrando em si, ao mesmo tempo, todas as respostas que o Homem procura mas que não alcançará por outros meios. Somente pelo conhecimento desta verdade o Homem pode viver em paz consigo mesmo e viver em plenitude gozando de uma felicidade que nenhuma teoria ou doutrina humanas podem oferecer e que muito menos se pode adquirir pelo estatuto social.

Assim, não confiemos pois em nós próprios, na nossa inteligência ou capacidade humana – sozinhas estas coisas nada podem para encontrar a verdade. Concluo com uma frase proferida pelo Homem mais sábio que andou sobre a terra e que aniquila qualquer filosofia: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”. O autor desta frase foi Jesus, aquele que tentaram calar mas nem a morte O pôde conter.