quinta-feira, 29 de novembro de 2007

O Método Não Prova a Causa

Diante de um mundo repleto de questões, todos nós ansiamos por respostas. Ninguém gosta de ficar com perguntas por responder quando existem respostas para estas. A Verdade é um constante anseio, desejamos uma resposta verdadeira, um relato correcto, a expressão mais fidedigna.

É neste clima de interrogações que surge este texto, não pretendendo propriamente responder a perguntas, mas com uma intenção muito clara, definir o tipo de resposta que determinada pergunta deve receber, fazendo com que respostas desviantes sejam rejeitadas, porque nós queremos uma resposta, mas uma resposta verdadeira.

As questões que me refiro são da ordem das origens, origem da vida, do universo, da moral, etc. No que diz respeito a estas questões propriamente ditas existem duas cosmovisões: a cosmovisão naturalista, a qual defende que todas as coisas surgiram por processos naturais; e a cosmovisão criacionista, esta defende que todas as coisas surgiram por um processo sobrenatural orientado por um Deus. Antes que o leitor possa sequer se questionar, permita-me uma ressalva, quando me refiro a todas as coisas, refiro-me àquilo que nunca nenhum ser humano viu originar.
"a resposta de como, quando e onde não chega,
precisamos de saber quem, porque com base na
mesma ciência sabemos que nunca nada
se originou sem um originador
"

Analisando estas cosmovisões, calculamos que a mais perto da verdade, seja aquela que despoletando menos questões, responda a mais.
A cosmovisão criacionista, baseada numa fé corroborada pela ciência declara enfaticamente que uma vez que o universo e tudo o que nele há, não tem possibilidade de surgir por processos naturais, só pode ser surgido de uma forma sobrenatural. Já a cosmovisão naturalista, defende que por muita, muita sorte, tudo existe, talvez melhor, defende que por uma sorte incalculável tudo o que existe simplesmente surgiu, aliado a isso tem uma série de explicações.

É aqui que começo a debruçar-me propriamente no tema, serão as explicações naturalistas viáveis? Poderá esta visão responder a mais questões sem gerar mais algumas? Eu creio profundamente que não. Mas como eu disse, eu queria mesmo debruçar-me sobre a qualidade da resposta e não propriamente sobre a sua essência. A pesquisa naturalista para estas questões tem vindo a descobrir bastantes verdades, sim eu estou a falar em verdades, porém esta cosmovisão encalhou, pensou que o método explicaria a causa. Chamo método, porque calculo que muitos cientistas ateus têm descoberto os processos pelos quais Deus criou tudo, daí eu não lhe chamo forma, mas sim método, o método de Deus. O pensamento naturalista, têm explicado a maneira como o universo se tem composto, ou seja o método, mas meus caros, a questão são as origens, não os processos. E os processos não nos deixam respondidos quanto à causa. Acredito que o universo possa ter começado com uma explosão colossal, mas não posso acreditar que não havendo nada, tenha havido uma explosão com uma precisão tremenda e tudo tenha simplesmente aparecido, sem uma única intervenção sobrenatural. Acredito em pleno que a ausência de gravidade faça unir os elementos, mas não posso acreditar que todos eles se tenham unido de uma forma perfeitamente casual. Como podemos ver ateus e teístas, partilham algumas crenças no método, trata-se de ciência pura, e aí ninguém dúvida (ou ninguém deveria), mas não nos podemos esquecer da ciência no seu sentido "criminalístico" total (quem, onde, quando e como), a resposta de como, quando e onde não chega, precisamos de saber quem, porque com base na mesma ciência sabemos que nunca nada se originou sem um originador, explicar o método completo de como se fez uma bomba caseira, não desvirtua que definitivamente alguém a tenha feito, antes pelo contrário aponta para o criador da mesma.
Enfim, eu acredito em muitas partes do método abordadas pelos ateus, mas não posso acreditar na causa, tal como eu vários cientistas ao longo dos séculos, inclusivamente ateus têm começado a acreditar num Deus ou a tornarem-se agnósticos, isto porque o método é demasiadamente transcendente, para uma causa tão vã.

Quem pensa que vai encontrar ateísmo em investigações cuidadas engana-se redondamente, encontraremos sempre e claramente a impressão digital de Deus.